MOMUS
Stars Forever 2xCD
1999 Analogue Baroque
Nick Currie é conhecido no mundo da música como Momus. O escocês, nascido em 1960, é um escritor de canções e um autêntico agente provocador. A sua música pop é versátil e eclética. Por vezes é também vanguardista, sobretudo quando a tempera com micro-electrónica. Aliás, é ele o pai da chamada indietrónica. Tem, inclusive, editado um álbum com esse nome. No mundo de Momus vale tudo. Valem as valsas, a música de cabaret, as músicas de jogos de computador, as músicas infantis, as baladas, as chansons, o glamour… Mas vale, sobretudo, a forma soberba como exprime e interpreta as suas incríveis letras, quase sempre mordazes ou irónicas. E é, mais uma vez, o caso deste duplo disco. Stars Forever é um daqueles discos de inspiração infindável. Mas a história por detrás dele é ainda mais surpreendente. A editora anterior de Momus foi condenada em tribunal a pagar uma avultada quantia porque Momus ironizou com um importante pioneiro da música electrónica. Para ajudar a pagar essa quantia Momus predispôs-se a fazer canções sobre pessoas ou firmas. O preço foi de mil dólares por cada “retrato áudio”. O resultado de Stars Forever é um disco dos egos inchados das trinta pessoas/empresas/bandas que quiseram que Momus os retratasse. Bizarro e genial! CM
ATENÇÃO!
Neste local publicamos opiniões sobre discos que realmente importam conhecer, independentemente da data em que foram editados. Aliás, a data de um disco apenas o situa na infinita estrada do tempo; não o torna defunto de uma qualquer descoberta ou opinião. Quando muito, uma data impressa num disco apenas nos ajuda a perceber quantos anos esse determinado disco (por vezes imprescindível numa colecção que se preze) nos passou ao lado. Além disso, optaremos sempre por opiniões curtas e incisivas. Cremos que a adjectivação supérflua é inimiga da objectividade, embora saibamos que, objectivamente, uma opinião sobre arte é sempre, naturalmente, subjectiva!