JOY DIVISION
Unknown Pleasures LP
1979 Factory

Será um disco capaz de mudar o rumo de uma vida? Será um disco capaz de fazer uma ruptura tão grande entre o passado e o futuro de um indivíduo? Sim, depende do disco, do indivíduo, e do momento em que se dá o contacto entre os dois. “Unknown Pleasures” dos Joy Division é um desses discos e o escriba que este texto assina um desses indivíduos. O momento aconteceu na primeira metade dos anos 80. O baixo marcante e único de Peter Hook; as batidas sincopadas, orgânicas, mas como se fossem maquinais (às vezes até tribais e militaristas) de Stephen Morris, os ambientes glaciares e depressivos criados por Bernard Summer; e uma voz singular (que de virtuosa nada tinha – residindo nesse facto grande parte do fascínio) de um poeta ímpar, que o passar dos anos e um destino fatal que ele próprio traçou, se encarregaram de imortalizar: Ian Curtis. Temas como “Disorder”, “She’s Lost Control”, “New Dawn Fades”, “Insight”, “Shadowplay”, “Day Of The Lords” ou “I Remember Nothing” exorcizam medos, desnudam almas e assombram as mentes. “Unknown Pleasures” é um ícone do pós-punk, objecto de culto da new wave, e um potencial de referência que se perpetua hoje e em todos os amanhãs. CM

DISORDER

ATENÇÃO!

Neste local publicamos opiniões sobre discos que realmente importam conhecer, independentemente da data em que foram editados. Aliás, a data de um disco apenas o situa na infinita estrada do tempo; não o torna defunto de uma qualquer descoberta ou opinião. Quando muito, uma data impressa num disco apenas nos ajuda a perceber quantos anos esse determinado disco (por vezes imprescindível numa colecção que se preze) nos passou ao lado. Além disso, optaremos sempre por opiniões curtas e incisivas. Cremos que a adjectivação supérflua é inimiga da objectividade, embora saibamos que, objectivamente, uma opinião sobre arte é sempre, naturalmente, subjectiva!